Ao passo que vemos várias das medidas de restrições impostas pela pandemia da COVID-19 sendo retiradas, temos esperança de dias melhores. Devemos preservar esse sentimento mas, ainda assim, continuar nos cuidando. É cada vez maior o número de pessoas que contraem o vírus e se recuperam, mas, como acontece com várias outras infecções virais, começaram a ser observados casos de efeitos prolongados e persistentes após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2.
Dessas observações surgiu o que agora é conhecido como “Síndrome pós-COVID”: sintomas persistentes ou que voltam a aparecer depois da pessoa se curar da doença; ou, ainda, o aparecimento de complicações no longo prazo. Depois de 4 semanas da infecção aguda, a persistência ou surgimento dos sintomas entra nessa classificação. Devido às suas características, você também pode ouvir falar dessa síndrome como “COVID longa”. Trata-se de uma condição inflamatória e difusa, que afeta diferentes sistemas do corpo e causa sintomas que diminuem muito a qualidade de vida, como fadiga intensa, dores crônicas, fraqueza muscular, tosse, dificuldade para respirar, problemas na cognição, tonturas, dores de cabeça, alterações no paladar e olfato e até transtornos de ansiedade.
Tanto a síndrome aguda, como a pós-COVID, envolvem uma resposta inflamatória intensa e uma ativação imune exacerbada. Desse ponto já podemos apresentar um tipo de alimento que deve estar presente para controlar esse quadro: aqueles que possuem uma característica anti inflamatória, por possuírem substâncias com essa natureza. As principais são as frutas, vegetais e sementes, mas complementar a alimentação com especiarias como a cúrcuma, gengibre e canela, além da inclusão de chás diversos aumenta o aporte desses compostos.
Ao consumir esses alimentos é feita também a entrega de antioxidantes para o corpo. Essas substâncias são primordiais para reparar os danos causados às células, e permitir que elas possam atuar de maneira mais eficiente no combate aos sintomas e proteção do organismo. As frutas vermelhas, açaí, cacau, alho e cebola são exemplos ainda mais específicos de alimentos dentro dos grupos citados que possuem uma abundância de antioxidantes.
Dar suporte para o sistema imune é fundamental no processo de manejo da Síndrome pós-COVID. Existem vários nutrientes que exercem esse papel, daí a importância de manter uma alimentação o mais variada e colorida possível, mas 3 deles apresentam uma relevância ainda mais significativa:
- Zinco, presente em diversas castanhas
- Vitamina C, que pode ser encontrada em níveis elevados na goiaba, acerola e pitanga
- Vitamina D, um nutriente que tem sua principal origem na exposição solar adequada, mas também pode ser obtido a partir de leite e derivados.
É ainda, extremamente importante se atentar para o consumo de açúcares, produtos ultraprocessados e aqueles ricos em gorduras saturadas. Estes são considerados pró-inflamatórios e acabam aumentando o estado de inflamação no corpo, processo que pode piorar ainda mais os sintomas. Priorizar alimentos in natura, em todas as refeições, passa a ser, mais do que nunca, um importante ato de autocuidado e amor à saúde. Se atentar para a ingestão hídrica e incluir 2 xícaras de chás naturais e variados ao longo do dia também são estratégias interessantes para lidar com essa condição.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Nalbandian, A., Sehgal, K., Gupta, A., Madhavan, M. V., McGroder, C., Stevens, J. S., … Wan, E. Y. (2021). Post-acute COVID-19 syndrome. Nature Medicine, 27(4), 601–615. doi:10.1038/s41591-021-01283-z
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