Por que você deve acrescentar a menta no seu chá?

 

Além de serem conhecidas por suas propriedades culinárias, as plantas do gênero Mentha há muitos anos têm sido utilizadas na medicina tradicional como agente aromatizantes, cosméticos e preparações farmacêuticas. A menta pertence à família Lamiaceae, da sub-família Napithoidae, e existem cerca de 38 espécies em todos os agroclimas. Sendo Mentha condensis L., Mentha aquatica L., Mentha spicata L. e Mentha x piperita as espécies comerciais mais importantes para a produção de óleo essencial. Na culinária os caules e flores da menta têm sido tradicionalmente usados para conferir sabor e refrescância às preparações, inclusive nos chás.

O sabor refrescante da menta

O mentol juntamente com a mentona, isomentona e outros compostos conferem o refrescante sabor e cheiro de menta às plantas, especialmente aos membros do Gênero Mentha. O mentol, que também é conhecido como menta cânfora, é um álcool monoterpênico cíclico que é encontrado como constituinte principal nos óleos essenciais de Mentha canadensis L. (hortelã) e M. x piperita L. (hortelã-pimenta). Estima-se que entre 30 e 32.000 toneladas métricas de mentol sejam consumidas anualmente. Sendo que, depois da baunilha e dos cítricos, o mentol é um dos mais importantes substâncias aromatizantes.

O mentol está incluído como ingrediente em uma variedade de produtos de consumo, incluindo produtos farmacêuticos, cosméticos e pesticidas, doces, gomas de mascar, licores, cremes dentais, xampus e sabonetes como ingredientes refrescantes e/ou intensificadores de sabor, assim como nos chás. Além disso, o mentol é o principal constituinte do óleo essencial de um número muito limitado de plantas aromáticas, sendo conhecido por exibir várias propriedades biológicas, como atividades antimicrobianas, anticancerígenas e anti-inflamatórias, além de serem usadas como repelentes de insetos ou fumigantes.

Esse composto é conhecido por seu efeito ou sensação de resfriamento quando é inalado, mastigado, consumido ou aplicado na pele, e isso se deve à sua capacidade de ativar quimicamente o canal catiônico receptor potencial transitório sensível ao frio. A literatura mostra que o mentol desencadeia essa sensação quando atua nos receptores TRPM8 aumentando rapidamente o cálcio intracelular e mobilizando o fluxo de cálcio através dos canais para induzir sinais de resposta fria no local da aplicação. Em um dos estudos foi mostrado que o efeito de resfriamento poderia durar de 70 minutos ou mais em 65% das pessoas investigadas.

No chá de hortelã-pimenta e no óleo essencial de hortelã-pimenta são encontradas altas concentrações de mentol e mentona, os quais são utilizados na medicina tradicional para tratar várias condições, incluindo infecções e repelente de insetos. Alguns estudos mostram que o mentol possui propriedades biológicas, como seus efeitos analgésicos, antibacterianos, antifúngicos, anestésicos e de aumento da penetração, bem como ações quimiopreventivas e imunomoduladoras.

Além desses, outro efeito do mentol é sua atividade antitussígena. Em um estudo que investigou os efeitos antitussígenos de três compostos aromáticos: mentol, cânfora e 1,8-cineol; observou que nas concentrações de 3 e 10 μg/lL o mentol foi o composto mais ativo produzindo uma redução significativa na frequência da tosse em 28% e 56%, respectivamente. Outrossim, o mentol é comumente utilizado em vários produtos que são aplicados topicamente na pele por seus efeitos antipruriginosos, analgésicos, antisépticos e refrescantes. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Kamatou, Guy P P et al. Menthol: a simple monoterpene with remarkable biological properties. Phytochemistry vol. 96 (2013): 15-25. doi: 10.1016/j.phytochem.2013.08.005

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McKay, Diane L, and Jeffrey B Blumberg. “A review of the bioactivity and potential health benefits of peppermint tea (Mentha piperita L.).” Phytotherapy research : PTR vol. 20,8 (2006): 619-33. doi: 10.1002/ptr.1936

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