Exercitar-se é um ótimo remédio para o estresse!


A prática de exercícios físicos é considerada um importante fator de proteção contra o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas que podem afetar todo e qualquer órgão do corpo humano. Ainda assim, é alta a prevalência de inatividade física, e isso tem como reflexo o aumento de indivíduos com sobrepeso, obesidade e outras condições que reduzem a vitalidade e qualidade de vida. Entre essas condições estão aquelas que afetam a saúde mental, como é o caso do estresse.

A rotina atual de uma grande parte dos indivíduos é marcada por dias cheios de trabalho e estudo, poucos momentos de descanso e lazer e um cansaço ao final do dia que, usualmente, leva à escolha de refeições com baixa densidade nutricional. Nesse cenário extenuante, o nosso corpo se sente ameaçado e ativa a resposta de estresse, que existe justamente para lidar em momentos que o organismo precisa reagir. Se essa resposta for crônica, no entanto, acaba afetando o funcionamento do corpo como um todo, se traduzindo em fadiga, falta de disposição, queda de produtividade, aumento de sentimentos ansiosos e depressivos, além de também refletir nas respostas do sistema imune e em vários outros processos metabólicos.

A prática de exercícios físicos surge, então, como uma maneira de controlar o estresse, além de trazer vários outros benefícios para a saúde. Esse potencial da prática física existe devido à liberação de endorfinas, serotonina e outros peptídeos que causam, no cérebro, a sensação de bem estar em resposta ao exercício. Tais substâncias são opostas àquelas que atuam no cenário do estresse, logo, o aumento de seus níveis pesa a balança para o lado contrário do estado estressado. Além disso, praticar exercícios aumenta a quantidade de BDNF no cérebro. Essa substância aumenta a plasticidade sináptica, ou seja, melhora a capacidade de memória, aprendizagem e do funcionamento cerebral como um todo, reduzindo a fadiga mental que acontece em resposta ao estresse.

Várias entidades internacionais, incluindo a OMS, assim como o Ministério da Saúde no Guia de Atividade Física para a População Brasileira fazem recomendações de qual seria o tempo e intensidade ideais para a manutenção e acréscimo de benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de doenças, melhora do desempenho cognitivo, mais disposição para as demais atividades e efeitos sobre o humor.

Para indivíduos adultos, o documento do Ministério da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa, por semana, sendo possível, ainda, combinar essas intensidades. O ideal é que, em pelo menos 2 dias da semana sejam realizadas atividades de fortalecimento de músculo, como a musculação ou outra prática com uso de cargas. É primordial que o exercício físico sempre seja feito com orientação profissional e que todo o histórico de saúde individual e familiar seja considerado. Escolher uma atividade que sinta prazer praticando também é fundamental para manter a adesão e para evitar o efeito contrário nos parâmetros de estresse, pois se for algo feito de maneira forçada, pode acabar piorando essa resposta.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Stubbs, B., Vancampfort, D., Rosenbaum, S., Firth, J., Cosco, T., Veronese, N., … Schuch, F. B. (2017). An examination of the anxiolytic effects of exercise for people with anxiety and stress-related disorders: A meta-analysis. Psychiatry Research, 249, 102–108. doi:10.1016/j.psychres.2016.12.020 

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. 54 p.: il.


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