A prática de exercícios físicos é considerada um importante fator de proteção contra o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas que podem afetar todo e qualquer órgão do corpo humano. Ainda assim, é alta a prevalência de inatividade física, e isso tem como reflexo o aumento de indivíduos com sobrepeso, obesidade e outras condições que reduzem a vitalidade e qualidade de vida. Entre essas condições estão aquelas que afetam a saúde mental, como é o caso do estresse.
A rotina atual de uma grande parte dos indivíduos é marcada por dias cheios de trabalho e estudo, poucos momentos de descanso e lazer e um cansaço ao final do dia que, usualmente, leva à escolha de refeições com baixa densidade nutricional. Nesse cenário extenuante, o nosso corpo se sente ameaçado e ativa a resposta de estresse, que existe justamente para lidar em momentos que o organismo precisa reagir. Se essa resposta for crônica, no entanto, acaba afetando o funcionamento do corpo como um todo, se traduzindo em fadiga, falta de disposição, queda de produtividade, aumento de sentimentos ansiosos e depressivos, além de também refletir nas respostas do sistema imune e em vários outros processos metabólicos.
A prática de exercícios físicos surge, então, como uma maneira de controlar o estresse, além de trazer vários outros benefícios para a saúde. Esse potencial da prática física existe devido à liberação de endorfinas, serotonina e outros peptídeos que causam, no cérebro, a sensação de bem estar em resposta ao exercício. Tais substâncias são opostas àquelas que atuam no cenário do estresse, logo, o aumento de seus níveis pesa a balança para o lado contrário do estado estressado. Além disso, praticar exercícios aumenta a quantidade de BDNF no cérebro. Essa substância aumenta a plasticidade sináptica, ou seja, melhora a capacidade de memória, aprendizagem e do funcionamento cerebral como um todo, reduzindo a fadiga mental que acontece em resposta ao estresse.
Várias entidades internacionais, incluindo a OMS, assim como o Ministério da Saúde no Guia de Atividade Física para a População Brasileira fazem recomendações de qual seria o tempo e intensidade ideais para a manutenção e acréscimo de benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de doenças, melhora do desempenho cognitivo, mais disposição para as demais atividades e efeitos sobre o humor.
Para indivíduos adultos, o documento do Ministério da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física vigorosa, por semana, sendo possível, ainda, combinar essas intensidades. O ideal é que, em pelo menos 2 dias da semana sejam realizadas atividades de fortalecimento de músculo, como a musculação ou outra prática com uso de cargas. É primordial que o exercício físico sempre seja feito com orientação profissional e que todo o histórico de saúde individual e familiar seja considerado. Escolher uma atividade que sinta prazer praticando também é fundamental para manter a adesão e para evitar o efeito contrário nos parâmetros de estresse, pois se for algo feito de maneira forçada, pode acabar piorando essa resposta.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Promoção da Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2021. 54 p.: il.
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